Precários da Casa da Música protestam esta segunda-feira
PORTUGAL.- A concentração de protesto está marcada para as 19h e junta profissionais da Casa da Música do Porto e educadores da Fundação Serralves. Manifestam-se no dia da reabertura contra o “silêncio e a falta de resposta” à sua situação.
Após terem enviado um abaixo-assinado com 97 assinaturas ao Diretor-Geral da Casa da Música, onde os trabalhadores precários desta instituição deram a conhecer a situação degradante que algumas dezenas de prestadores de serviço vivem, vão realizar um protesto silencioso contra o “silêncio e a falta de resposta.”
Estes profissionais são contratados através de recibos verdes e estiveram sem qualquer remuneração durante o período de confinamento por causa da covid-19.
Em declarações à Lusa, Hugo Veludo, assistente de sala da Casa da Música, afirma que ainda está tudo por cumprir. “Enviaram-nos um email como se nada se tivesse passado. Vamos voltar a trabalhar, em moldes diferentes. Vão existir duas equipas diferentes de assistentes de sala que vão trabalhar alternadamente, isto é, semana sim, semana não. Só isso, já vai reduzir a nossa possibilidade de rendimento a 50%”, referiu.
A remuneração vai ser inferior, já que o número de eventos vai diminuir. O salário dos 44 assistentes de sala a recibos verdes “vai cair cerca de 75%”, disse Hugo. Também teceu críticas a Graça Fonseca, ao afirmar que “depois do comentário infeliz da ministra da Cultura a dizer que eles são muito poucos, lançámos o repto de estarem connosco e mostrarmos que juntos não somos assim tão poucos», afirmou.
O protesto silencioso, para além de contar com assistentes da sala, técnicos e guias da Casa da Música, também vai ter educadores da Fundação Serralves.
Também à Lusa, Inês Soares, educadora da Fundação Serralves, disse que se juntam ao protesto mesmo não sendo a “mesma casa”, a luta contra a precariedade é a “mesma causa.”
«Aderimos à iniciativa para mostrarmos que estamos juntos nesta luta. Muitos de nós ainda nos encontramos com as vidas em suspenso sem qualquer perspetiva de quando voltar ao trabalho e se haverá também algum trabalho», referiu. De acordo com Inês Soares, oito educadores já confirmaram que iriam marcar presença, alguns destes a trabalharem na Fundação Serralves há “10 e 20 anos.”
Contatada pela Lusa, a Fundação Casa da Música não quis comentar esta situação.