Novo Banco: seguradora vendida com desconto de 70% a milionário corrupto

O Público avança esta segunda-feira que a seguradora GNB Vida foi vendida à Apax por um preço muito abaixo do seu valor contabilístico. Esta é propriedade de Greg Lindberg, milionário norte-americano condenado por fraude, corrupção e pagamentos indevidos ao partido de Trump para obter favores.

O Novo Banco perdeu 268,2 milhões de euros só com a venda de uma seguradora. A notícia é revelada esta segunda-feira pelo jornal Público(link is external) que demonstra como a GNB Vida foi vendida com um desconto de 68,5% ao fundo Apax. Esta perda foi compensada com verbas do Fundo de Resolução.

Diz o jornal que a empresa que passou depois a ser conhecida como Gama Life “foi vendida em outubro de 2019, a fundos geridos pela Apax Partners, com um desconto de 68,5% face ao valor contabilístico inscrito no balanço de 30 de junho daquele ano”. A dimensão da perda serviu, acrescenta a reportagem, para António Ramalho, o presidente daquela instituição, “justificar novo pedido de injeção de dinheiros públicos”.

Para além de ter dado um desconto milionário, a administração do Novo Banco, as autoridade nacionais e europeias desvalorizaram todos os indícios que ligavam a empresa a Greg Lindberg, um milionário do setor dos seguros que foi condenado este ano por fraude, corrupção e evasão fiscal. Lindberg foi acusado de pagar ao Partido Republicano para a sua empresa, a Global Bankers, ser beneficiada.

A 13 de janeiro esta venda gerou uma queixa à Autoridade Europeia de Mercados e Títulos. Nela se requer que esta entidade “investigue os contornos da alienação da seguradora vida portuguesa (que gere as poupanças de milhares de clientes do Novo Banco) a investidores de fundos geridos pela Apax, admitindo um possível conluio’ entre Paulo Ramos Vasconcelos e a administração do Novo Banco, chefiada por Byron Haynes e António Ramalho, com o objetivo de lesar os contribuintes portugueses”. Vasconcelos era presidente executivo da GNB Vida na altura da venda da seguradora.

Este documento diz que nas contas de 2016 o custo de aquisição da seguradora teria sido de 620,48 milhões de euros e que, a 14 de outubro de 2019, o valor contabilístico da empresa inscrito no relatório do primeiro semestre desse ano passou a ser 391,2 milhões de euros. Em 2018 o Novo Banco tornou público que tinha chegado a acordo com o Global Bankers Insurance Group e o valor seria 190 milhões. Depois, em outubro de 2019, quando foi efetivamente concluído, o preço afinal tinha descido para 123 milhões, apesar de até ter havido uma valorização bolsista dos seus ativos. António Ramalho justificou que para além daquele montante, haveria uma “componente variável do preço “de até 125 milhões de euros”, indexada a objetivos a cumprir até 2040. A queixa contra esta venda diz que esta “parcela variável não passou de um artifício para desviar as atenções dos prejuízos que o Novo Banco optou por assumir com a venda a desconto da Gama Life à GBIG Portugal”.

esquerda.net

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